25/04/2022

Em alguns países, as crianças aprendem aos quatro anos; em outros, só aos sete — afinal qual é a melhor fórmula para o sucesso a longo prazo?

“Eu tinha sete anos quando comecei a aprender a ler, como propõe a escola alternativa Steiner que frequentei.

Minha filha frequenta uma escola padrão inglesa e começou aos quatro anos, como é típico na maioria das escolas britânicas.

Vê-la memorizar letras e pronunciar palavras, numa idade em que minha ideia de educação era subir em árvores e pular em poças, me fez pensar sobre como nossas diferentes experiências nos moldam.

Será que ela está ganhando uma vantagem inicial crucial que vai render benefícios ao longo da vida? Ou ela está exposta a quantidades indevidas de potencial estresse e pressão, em um momento em que deveria estar desfrutando de sua liberdade? Ou simplesmente estou me preocupando demais, e não importa com que idade começamos a ler e escrever?”

Os livros são um aspecto particularmente importante desta rica exposição linguística, uma vez que a linguagem escrita geralmente inclui um vocabulário mais amplo, matizado e detalhado do que a linguagem falada cotidiana.

Isso pode, por sua vez, ajudar as crianças a aumentar seu alcance e profundidade de expressão.

Uma vez que a experiência precoce de uma criança com a linguagem é considerada tão fundamental para seu sucesso posterior, tornou-se cada vez mais comum que as pré-escolas comecem a ensinar às crianças habilidades básicas de alfabetização antes mesmo do início da educação formal.

Quando as crianças entram para a escola, a alfabetização é invariavelmente o foco principal.

Este objetivo de garantir que todas as crianças aprendam a ler e escrever se torna ainda mais premente à medida que os pesquisadores alertam que a pandemia causou uma lacuna de desempenho cada vez maior entre as famílias mais ricas e as mais pobres, aumentando a desigualdade acadêmica.

Em muitos países, a educação formal começa aos quatro anos. Em geral, o pensamento é que começar cedo oferece às crianças mais tempo para aprender e se destacar.

O resultado, no entanto, pode ser uma “corrida armamentista educacional”, com os pais tentando oferecer aos filhos vantagens precoces na escola por meio de treinamento e ensino privado — com alguns pais até pagando para que crianças de quatro anos tenham aulas particulares adicionais.

BBC Brasil via G1; 24/04
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