20/07/2022

Para especialistas, a educação sexual — que deveria ser parte do currículo escolar para 73% de brasileiros ouvidos em recente pesquisa pelo Datafolha — tem efeito concreto no combate a abusos contra crianças e adolescentes.

Professores e educadores explicam que a conversa franca, respeitando o entendimento e o vocabulário da criança, é a chave para que seja possível dotá-las de informações que podem protegê-las de um crime. Andrea Taubman, autora do livro “Não me toca, seu boboca”, faz visitas a escolas em que conversa com crianças e preparou uma apresentação específica para permitir que eles tenham acesso à informação de forma clara e sem constrangimentos. Ela criou uma narrativa em que Ritoca, uma coelhinha, passa por uma história “meio difícil de entender, muito difícil de falar”, como diz o livro. Taubman diz que a metáfora é uma forma de fazer a criança perceber que ela pode pedir ajuda antes de ser agredida sexualmente.

— Antes de o agressor ter acesso ao corpo (da criança), há uma etapa de convencimento, porque ele diz que aquilo é algo normal. No livro, eu quis escrever uma história preventiva, que alertasse como acontece a dinâmica interacional do abuso sexual — ressalta, observando que soube de um caso em que o método ajudou uma criança de 5 anos, de uma escola pública de Rondônia, que revelou abusos dos primos.

O Globo; 18/07  http://glo.bo/3B8RNmx