24/10/2022

Nos últimos dois anos de pandemia, o número de polos de cursos de ensino a distância saltou 83% para 35,2 mil unidades devido à maior procura por graduação on-line e pela flexibilização das regras desse setor a partir de 2017. Ao mesmo tempo, a crise econômica reduziu a renda do aluno e as faculdades partiram para uma guerra de preços.

Nesse contexto de acirrada concorrência, as faculdades adotam estratégia comercial que muito se assemelha às usadas pelo varejo. O tempo médio para um aluno decidir e se inscrever numa graduação on-line é de 48 horas. Se a matrícula não é fechada nesse prazo, o aluno começa a receber oferta de descontos na mensalidade para evitar que desista do curso ou migre para outra faculdade.

Como fazem as varejistas, as escolas têm vendedores, usam ferramentas de geolocalização para mostrar as unidades mais próximas do aluno e robôs que rastreiam os interesses do estudante. Influenciadores também são contratados para ajudar na captação de alunos. E o aluno pode ainda, se quiser, fazer sua inscrição via redes sociais. Essas estratégias também são adotadas em cursos presenciais. Mas no EAD (ensino a distância) as instituições têm sido mais agressivas devido à concorrência ser maior.

Valor Econômico, 24/10  http://glo.bo/3VT4xWf