08/12/2022

Rede Brasil Atual, 07/12
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No primeiro semestre, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio – o maior número já registrado. Para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública há um “claro descaso do Estado” com políticas públicas.

No momento em que o governo de Jair Bolsonaro (PL) reduziu drasticamente os recursos destinados ao enfrentamento da violência contra a mulher, houve um recorde no número de feminicídios no Brasil. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgados nesta quarta-feira (7) pelo portal g1, no primeiro semestre 699 mulheres foram assassinadas por causa de sua condição de gênero – o maior número já registrado no período. O dado indica que uma média de quatro mulheres são vítimas de feminicídio diariamente no país.

A série histórica do FBSP teve início ainda em 2016, mas de acordo a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno, de 2016 a 2017 ainda havia nos estados um movimento de adaptação à nova legislação que definia o crime de feminicídio. Ele foi assim tipificado em 9 de março de 2015, reconhecendo casos de violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Alta na violência de gênero – “Dados mensais nós dispomos a partir de janeiro de 2019 para todo o mês. Mas o que os números indicam? Olhando os dados de janeiro a junho de 2022, se mantida essa tendência, nós teremos um novo recorde de feminicídios, inclusive quando fechar o ano de 2022. Infelizmente, tudo aponta para um crescimento da violência letal contra meninas e mulheres em decorrência do seu sexo, da sua condição de gênero”, alerta Samira em entrevista ao portal.

Para o setor privado, não há uma regra específica que defina como será o expediente em dia de jogo do Brasil. Sendo assim, é um dia útil comum, com a possibilidade de funcionários negociarem medidas alternativas com seus chefes, como a liberação com compensação de horas em outros dias ou até mesmo assistir a partida no local de trabalho.

A região Norte foi a que apresentou maior crescimento nos casos: 75%. Ela é seguida pelo Centro-Oeste, com alta de 29,9% entre 2019 e 2022. Já entre os estados, Rondônia registrou o maior aumento, com 225%. A unidade federativa é seguida por Tocantins (233,3%) e Amapá (200%). De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a alta no crime de 2019 para cá aponta para “a necessária e urgente priorização de políticas públicas de prevenção e enfrentamento à violência de gênero”.

No entanto, ao longo do governo Bolsonaro houve constantes reduções ao valor destinado às políticas de combate à violência contra a mulher no país. O presidente derrotado chegou a cortar 90% da verba para a área durante seu mandato. Reportagem da Rádio Brasil Atual mostrou que o montante remetido à pasta para proteção das mulheres, de R$ 100,7 milhões em 2020, caiu no ano seguinte para R$ 30,6 milhões. Neste ano, sobraram apenas R$ 9,1 milhões.