20/10/2020

Um novo geoglifo foi encontrado por arqueólogos no deserto de Nazca, ao sul do Peru. A descoberta do desenho em forma de gato, anunciada na quinta-feira (15) pelo Ministério da Cultura peruano, entra para uma longa lista de figuras do tipo: as Linhas de Nazca, que em 1994 foram designadas Patrimônio Mundial pela Unesco.

Elas foram criadas entre 100 a.C. e 300 d.C. pela população que vivia na região. Sua função, entretanto, é até hoje um mistério — os especialistas sugerem que eram utilizadas para fins ritualísticos e para situar viajantes em relação a onde estavam.

“As linhas e geoglifos constituem uma paisagem cultural de profundo significado e simbolismo, pois expressam o mundo mágico e religioso das sociedades pré-hispânicas Paracas e Nasca, que por mais de 1.500 anos os desenharam nas areias e montanhas do deserto”, afirma o governo peruano, em declaração à imprensa. “Hoje, elas são um testemunho do gênio criativo dos antigos colonos americanos e dos conceitos e formas únicas de expressão religiosa que desenvolveram ao longo de sua história.”

A nova figura foi encontrada na lateral de uma colina e, segundo os pesquisadores, mal era visível: devido à sua localização e aos efeitos da erosão natural, o desenho estava desaparecendo. O geoglifo tem 37 metros de comprimento e, de acordo com suas características estilísticas, é anterior às famosas figuras do Pampa Nazca, datando de 100 a.C. a 200 a.C.

Em 1994, quando as Linhas de Nazca foram classificadas como Patrimônio Mundial da Unesco, apenas 30 desenhos do tipo haviam sido encontrados. Com o passar dos anos, pesquisas revelaram mais 40 geoglifos até 2015 e, no fim de 2019, mais 143 figuras foram encontradas. “Com essa descoberta [do gato], mais uma vez, revela-se o rico e variado legado cultural que guarda a zona, que também se insere na área inscrita na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco”, disseram os porta-vozes do Ministério.

Revista Galileu https://glo.bo/357unMA