01/12/2020

“NÃO FOI A PRIMEIRA VEZ. Toda vez ele faz comentários sobre nós, negros: a cor, o tom da pele, o tipo de cabelo. É como se fizesse questão de ‘me lembrar’ da minha cor”. Foi assim que uma estudante do campus Paraíso, uma jovem negra de 21 anos que preferiu não se identificar, se referiu a Enzo Fiorelli Vasques, coordenador-geral do curso de Relações Internacionais da Unip, a Universidade Paulista, em São Paulo. No mês passado, o Intercept revelou que o coordenador foi acusado de racismo contra uma estudante, e os professores que testemunharam o caso foram demitidos.

Depois da publicação do nosso texto, novos casos vieram à tona. A estudante de 21 anos me procurou para narrar pelo menos dois episódios envolvendo o professor. Segundo ela, em 2018, Vasques teria visitado a sala 601 na condição de coordenador-geral para cumprimentar os alunos, onde teria apontado o dedo diretamente para ela, que estava nas últimas fileiras. “Que diferente”, ele teria dito, indicando o cabelo dela – situação semelhante à denunciada pela primeira estudante, que levou à instauração da Comissão Sindicante 11/2020.

The Intercept: https://bit.ly/2Vm1Nm3