08/04/2021

Por Patricia Lins e Silva, pedagoga, autora de ‘Inteligência de aprende’: “É muito triste assistir ao descalabro que está acontecendo na educação brasileira, ou melhor, ao seu desmonte nos últimos pouco mais de dois anos. Um tempo em que passaram pelo cargo mais de 3 ministros ineptos e os secretários das áreas mais importantes da pasta também foram substituídos com frequência jamais vista. É difícil compreender que pessoas que frequentaram a escola, que chegaram ao fim da educação básica e talvez até de uma faculdade, se empenhem tanto em impedir que o conhecimento e a cultura cheguem à população. Assistimos a um culto à ignorância.

O projeto de orçamento capenga, recentemente votado pelo Congresso, diminuiu a verba destinada à educação. E veio o pedido de demissão da secretaria do INEP, responsável pela avaliação do ensino, e que estava no cargo desde agosto de 2020, sucedendo a uns 4 secretários antes dela. Tudo em pouco mais de dois anos. E pelo histórico e discurso, as perspectivas não são melhores.

Agora circula a proposta de lei a ser votada pelos deputados que permitirá que as crianças não frequentem a escola, o que é obrigatório no Brasil.

Não é aceitável deixar que uma criança deixe de frequentar a escola por causa de fundamentalismo religioso, que não é uma razão justa e admissível.

Crianças e jovens precisam de liberdade para experimentar vivências novas, amigos diversos, exercer sua curiosidade, vontade de saber, pensar, brincar. É uma bagagem que adquirem na cooperação com os pares, nas experiências na escola e no convívio familiar, o que pavimenta o caminho de suas escolhas futuras.

Veja Rio; 07/04
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