12/08/2020

Por Atila Iamarino

“A polêmica da voltas às aulas reflete bem a preocupação mal direcionada. Socialização é fundamental para as crianças, e as perdas por ficarem em casa vão marcar uma geração. Mas, para escolas serem seguras, o surto de Covid na região precisa ser contido.

Vários países europeus retomaram aulas sem muitos percalços porque controlaram a pandemia e têm escolas pequenas, poucos alunos por sala.

Onde as turmas são maiores e o surto segue descontrolado, como Israel e os EUA, uma escola tem surto de Covid poucos dias depois de abrir. Isso porque testam mais e têm como perceber os casos.

Enquanto o coronavírus circula sem controle em uma comunidade, não tem medida de distanciamento que uma escola adote que impeça alunos de entrarem com o vírus. E, se crianças e adolescentes não fazem parte do grupo de risco, profissionais que os atendem fazem. Professores convivem com dezenas ou centenas de alunos. Basta um ter o vírus.

Mas, assim como quem paga a conta de água não é quem deixa a torneira vazando, cobramos das escolas uma solução para as crianças em casa em vez de resolvermos o vazamento. Ou de cobrarmos das autoridades responsáveis”.

Folha de S. Paulo