09/08/2021

 

Por PVC, Jornalista e autor de “Escola Brasileira de Futebol”: “O Brasil tem chance de comemorar seu recorde de medalhas se alcançar 20, com oito de ouro. O quadro é apenas uma convenção, não oficial, que espelha quem tem maior ou menor desempenho olímpico.

Quem está acima no ranking dos medalhistas é quem tem mais ouro, mesmo que a soma de todas as medalhas seja menor. “Vai tentar mudar a cor”, diz Galvão Bueno quando há garantia de medalhas, como a do futebol, ou como foi a da pugilista Bia Ferreira ao garantir o bronze –e podia mudar para ouro.

No final da tarde de quarta (4), o Brasil estava em 16º lugar. Dos 15 países à frente, só dois têm mais habitantes: China e EUA. Normal estar atrás de Grã-Bretanha, Itália, França, Japão… Sempre foi assim. Dos 13 acima do Brasil, e com população menor, dois chamam a atenção: Cuba e Nova Zelândia.

Não vale nem falar dos cubanos, porque são mais olímpicos do que nós desde Tóquio-1964, e porque alguém tentará ideologizar. Cuba tem mais medalhas, entre outras razões, porque o regime fazia propaganda a partir do esporte. Há 11 milhões de cubanos e 210 milhões de brasileiros.

Deixa para lá. Ou alguém vai querer falar do capitão.

Num país como o Brasil, só haverá acesso ao esporte se a política esportiva estiver ligada à educação.

Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico no atletismo, foi demitido pelo prefeito Jânio Quadros, na década de 1950, sob o pretexto de a prefeitura não poder admitir “vagabundos”. Trinta anos mais tarde, Jânio proibiu o skate na cidade, porque era coisa de maconheiro.

Há décadas sabemos que os medalhistas brasileiros são heróis. Exceto os que jogam futebol ou vôlei, que fazem parte do nosso DNA. Como a canoagem faz para os 4 milhões de neozelandeses”.

Folha de S. Paulo; 05/08
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