05/09/2022

Folha de S. Paulo; 03/09
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É comum que professores de história ouçam em conversas casuais frases como: “Eu gosto muito de história!”, “Os jovens precisam conhecer mais a nossa história!” ou “O brasileiro não tem memória!”… Quem nunca?

Já outros manifestam perplexidade ao lerem por aí que o nazismo era de esquerda ou que a ditadura militar brasileira foi uma “revolução democrática”(!). Eles, os perplexos, ainda lembrarão a importância de saber história “para que os erros não se repitam”. A verdade é que certas pessoas odeiam a história e o seu ensino. Fosse diferente, não estaríamos assistindo inertes ao “historicídio”, com o perdão do neologismo, que está em curso em São Paulo e no Brasil.

É um desastre cognitivo o que está em curso, um verdadeiro “historicídio” promovido por negacionistas que desejam falsificar a história. Mas também produzido por aqueles que desejam, simplesmente, se livrar dela expurgando-a do seu estudo escolar. Excluir a história do currículo é apagar o passado e ameaçar o futuro. Precarizar a formação docente favorece a deformação e a desinformação. Não sendo revertidas essas medidas, a cidadania ficará privada do mais básico conhecimento de nossas histórias. Será esta a nossa contribuição ao futuro no bicentenário da Independência?