12/09/2022

Enquanto o candidato médio a concorrer nas eleições de 2018 era um homem branco, em 2022 ele é um homem negro. A proporção de candidaturas de pessoas pretas e pardas superou pela primeira vez a de brancos, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Candidaturas de mulheres, indígenas e pessoas LGBTI+ também cresceram.

Pouquíssimo representados nos espaços de poder, esses grupos concorrem às eleições neste ano motivados por incentivos para ampliar a diversidade na política e pelo agravamento das condições de vida das minorias nos últimos anos. Evidências mostram que sua eleição pode contribuir para a redução das desigualdades e a criação de novas políticas públicas.

O Nexo explica, no segundo texto de uma série sobre por que a política pode sair melhor da votação de 2022, o que causou o aumento de candidaturas de grupos minoritários neste ano e qual a importância desse tipo de representação nos espaços de poder. Mostra também as iniciativas criadas para eleger essas candidaturas em outubro.

O perfil das candidaturas em 2022 – Segundo o TSE, 29.105 pessoas registraram candidatura para os cargos de deputado estadual (ou distrital), deputado federal, senador, governador e presidente em 2022. O número é o maior para uma eleição nacional desde 1994. Mais de 98% dessas candidaturas haviam sido deferidas até sexta-feira (9), de acordo com informações da corte.

Entre essas candidaturas, 34% são de mulheres. A proporção de concorrentes femininas é a maior de uma eleição nacional dos pleitos mais recentes, segundo a Justiça Eleitoral. Em 2018, que havia registrado os maiores números até agora, esse percentual havia sido de 31,8%, por exemplo. Em 2014, foi de 30%. Em 2010, foi de 22%.

O que explica o aumento das minorias -O aumento das candidaturas de mulheres, negros, indígenas e pessoas LGBTI+ em 2022 acontece na esteira de mudanças feitas nos últimos anos no sistema eleitoral para incentivar a presença desses grupos nos espaços de poder, que no Brasil ainda são majoritariamente brancos e masculinos.

Segundo dados do Observatório Equidade no Legislativo criado pelo Senado Federal, dos 513 deputados federais eleitos em 2018, apenas 15% são mulheres. A proporção de negros (24,3%) é um pouco maior, embora esteja longe do percentual desse grupo na população brasileira. Joênia Wapichana (Rede-RR) é a única representante indígena.

Nexo, 11/09
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