Para além da torcida por Trump na disputa eleitoral, que busca realçar a afinidade ideológica com o presidente americano e animar a própria base de apoio no Brasil, existe um tema sobre o qual pesa um risco real de desencontro de Bolsonaro com a agenda do novo governo americano: o meio ambiente.
Amazônia – No primeiro debate presidencial de 2020, em 30 de setembro, Biden disse: “Parem de destruir a floresta. E, se vocês não pararem, vão enfrentar consequências econômicas significativas.”
Em 2019, a então senadora e agora vice-presidente eleita dos EUA, Kamala Harris, defendeu, numa série de postagens na internet, que o governo americano impusesse restrições comerciais ao Brasil como forma de pressionar Bolsonaro a conter a devastação da Amazônia.
Oportunidade para guinada no Itamaraty – O professor de relações internacionais da Faap, Carlos Gustavo Poggio, disse ao Nexo que Biden deve trazer para a linha de frente de seu governo assuntos de política econômica, de política ambiental e de direitos humanos, o que pode provocar atritos com a agenda bolsonarista.
Biden pode condicionar novos acordos – David Magalhães, professor de relações internacionais na PUC de São Paulo crê que as relações comerciais entre Brasil e EUA “não devem mudar substancialmente”.